Argumentação II

 

            Um argumento constitui-se de uma série de afirmações que tem o objetivo de estabelecer uma proposição definida. Proposição é uma afirmação (por exemplo: O trabalho é o deus do homem moderno), não importa se ela é verdadeira ou falsa e não importa a forma como a frase está disposta ou arranjada. Importa o significado.  

 

            Deus pode não existir.  Isso, por exemplo, é uma proposição.   

            É uma possibilidade que Deus não exista.  Essa é a mesma preposição, mas expressa de um modo diferente.

 

            Existem vários tipos de argumento; num texto dissertativo os tipos de argumentos mais usados são os dedutivos ou os indutivos. Os argumentos dedutivos, segundo alguns livros de lógica, são considerados os mais precisos, pois eles provam categoricamente as ideias que estão defendendo.

 

Premissas        

 

             Se temos uma ideia precisamos defender essa ideia. As afirmações que fornecem as razões para a validade de tal ideia são as premissas. Um exemplo que Anthony Weston traz no livro A Arte de Argumentar é o seguinte:

            Por exemplo:

 

“Seja otimista. Não serve de muito ser outra coisa qualquer.” (Winston Churchill)

 

             A frase fornece uma razão para que se seja otimista: a premissa é a de que não serve de muito ser qualquer outra coisa.

 

Ideia ou conclusão: Seja otimista.

Premissa: Não serve de muito ser outra coisa qualquer.

 

           Ao construir um argumento, podemos colocar a conclusão primeiro e depois as nossas premissas ou, ao contrário, podemos colocar as premissas primeiro e, em seguida, apresentar a conclusão.

           É a partir das premissas que os argumentos são construídos. As premissas são as razões para se aceitar o argumento.

 
Inferência

 

            Na inferência, parte-se de uma ou mais proposições aceitas (premissas) para chegar a outras novas. Se a inferência for válida, a nova proposição também deve ser aceita.

            Assim, inicialmente, apenas podemos inferir algo a partir das premissas do argumento; ao longo da argumentação, entretanto, o número de afirmações que podem ser utilizadas aumenta.

            Há vários tipos de inferência válidos, mas também alguns inválidos. O processo de inferência é comumente identificado pelas expressões “consequentemente...” ou “isso implica que...”.

           Vejamos um exemplo de inferência que é inválido.

 

Milhares de pessoas acreditam que Jesus Cristo ressuscitou, isso implica que ele, de fato, ressuscitou, do contrário milhares de pessoas seriam idiotas.   

 

          Essa inferência é inválida. Não podemos inferir que um acontecimento é real somente pois milhares de pessoas acreditam nesse fato. Sim, milhares de pessoas podem muito bem ser idiotas.

 

Conclusão

 

          A conclusão é a proposição que consiste em explicitar o que se esteve tentando provar. Nem sempre os argumentos seguem os mesmo padrões, então, essa proposição (a que chamamos de conclusão) pode ser colocada por primeiro e depois justificaremos nossa ideia.

         A conclusão se respalda nas premissas e é inferida a partir delas.